esses são textos do meu irmão. frank. o primeiro deles foi escrito há muito anos. ele me trás reminiscências do surgimento e da queda dos paradigmas científicos ao longo da história. tenho certeza, thomas kuhn ia gostar. o segundo foi escrito ontem. ontem. ontem. ontem. amanhã.
O BURCACO DA FECHADURA
“eu no meu quarto. eram duas horas da manhã e eu não conseguia dormir por causa dos carapanãs. eu estava irritado porque eu havia detetizado o quarto um dia antes e eles continuavam ali. então comecei a pensar como seria bom se os carapanãs fossem inteligentes. porque se fossem inteligentes pensariam: “ontem ele dedetizou o quarto e pode detetizar hoje de novo. vamos fugir!”. mas depois pensei que assim estariam sendo burros, porque se fossem espertos de verdade pensariam: “ele de detetizou o quarto e pode querer detetizar hoje de novo, mas caso ele se levante pegar o DDT no armário, nós fugimos!”. mas depois pensei que na verdade estariam sendo burros porque com o quarto fechado não teriam como fugir. mas depois pensei que estariam sendo inteligentes já que saberiam que poderiam fugir pelo buraco da fechadura.”
SE EU SOUBESSE QUE
buñuel: frank?
frank: sim.
buñuel: você não pode estar levando isso a sério.
frank: claro que eu não estou lavando isso a sério.
buñuel: mas você enlouqueceu.
frank: claro que eu enlouqueci.
buñuel: e eu já estive em lugares que você nem imagina.
frank: não consigo mesmo imaginar.
buñuel: imagina.
frank: imaginei.
buñuel: sim.
frank: frank?
buñuel: mas você é o frank!
frank: claro que sou o frank.
buñuel: sim.
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