quarta-feira, 29 de agosto de 2007

paixões

I

pra começo de conversa, eu não acredito em nada do que a psicologia me diz. me bastam as histororietas do meu psiquiatra. prefiro até as teses da sociobiologia. estas, ao menos, são divertidas.

II

os acréscimos - cor, volume, timbre - não estão na balança. senão, não seria uma paixão platônica.


III

eu não me considero "quase não-patológico", eu me considero "monarquicamente-patológico". então, talvez esteja fora do grupo a qual tu te referes.

IV

ao contrário dos "quase não-patológicos" e dos "patológicos", eu acredito que um relacionamento que durou mais de vinte minutos já deu certo. não entendo quando vocês ficam se perguntando umas as outras, depois de cinco anos de namoro ou casamento, porque o relacionamento "não deu certo".

V

a questão não é realidade ou fantasia, mas as incontroláveis pulsões da alma.
scraps à anne-marie freud.
s/d

9 comentários:

Anônimo disse...

"paixões" é psico. psicológico. psicotrópico. psicopata. psicodélico. e psicossomático.

Unknown disse...

Deja'vu (é assim?).

Paixões não se explicam, pelo menos não durante.
As minhas paixões platônicas, me faziam sonhar, imaginar as cenas mais belas,conversar sozinha mas como se fosse com ele, um verdadeiro diálogo (interno), me faziam respirar melhor. Tinha a sensação de estar sempre sendo vista pelo ser amado, mesmo qdo ele nem sabia da minha existência. O fato é que me faziam me sentir amada... talvez aí seja um bom começo para uma causa dessas paixões. O outro, o amado, não existe de fato, o que lhe dá uma grande vantagem em relação aos viventes. Eu o construo, e o faço amar-me. O amado está dentro de mim, em todas as suas mínimas características. Ele é meu, sem dúvida.
Mas já fui amada platonicamente. E sabia disso. Daí o encontro com o ser que te ama é tenso, artificial... serve ao ego, mas constrange, porque eu nunca sabia quem eu era naqueles momentos, pois era tratada como se eu fosse uma idéia de mim, que nem eu sabia como era. Saía angustiada pelo olhar do outro, pela atenção do outro, pela expectativa, pelo sonho do outro sobre mim. Eu não queria desapontá-lo, afinal é uma honra ser escolhido para ser amado. Mas apesar de que, talvez, para ele a minha simples presença provisória lhe bastasse, eu me sentia amarrada, presa, envergonhada, por saber-me comum, como qualquer outra.

Quero ressaltar que esse comentário é sobre um diálogo, que foi entitulado PAIXÕES. E que é uma experiência, que estando do lado de cá ou de lá, é complexa demais, e exige mais do que palavras, comentários... exige, talvez, silêncio.

Malcolm Robinson disse...

querida,lovely rita!

a única coisa que eu tenho a lhe dizer é "nothing can come between us.when it gets dark I tow your heart away".

Malcolm Robinson disse...

olá, enis! muito bonito o seu texto. gosto do teu estilo. já falei isso em outra oportunidade. mas o que eu estava fazendo era justamente me defender de explicações sobre a minha própria paixão. quanto ao tratamento da experiência, cada um o faz da maneira como quer. ou não? em relação a isso, eu sou espalhafatoso mesmo. um perfeito malcolm robinson, como já lhe disse uma vez: todos nós somos perfeitos modelos de nós mesmos. não é verdade? nessas horas, seguindo minhas pulsões, não me convém o silêncio.

Anônimo disse...

...
sir malcolm robinson,

aceito seu convite para tomar um chá. quem sabe, assim, palavras - e silêncios - não sejam mais exigidos ou necessários.

Unknown disse...

Me acho discreta... muitos dizem que sempre me sobressaio, mesmo na discrição. Não me chamaria de espalhafatoda. Agora quanto à paixão, Malcolm, sou extremamente marcante, não tenho medo de expressá-la,e tento fazê-lo das mais variadas formas, não me intimida não me causa vergonha nem pudor. Quero e preciso mostrá-la. Isso não é nada silencioso. O silêncio a que me refiro é o jeito como achei pra chamar a forma mais sublime de vivenciar a paixão. É como ingerir a paixão, digerí-la, e então todas as sunstâncias da paixão se espalham pelo corpo,mente, espírito... causando uma saborosa turbulência, me tomando, me deixando líquida, vaporosa, estática e logo em seguida me impulsionando para uma ação. A dois, ou sozinho. Isso não importa, é paixão, e isso é que importa. Logo, o silêncio nada tem a ver com o seu sentido vulgar. É o processo do apaixonar-se. Pode parecer contraditório: na paixão esse silêncio é sonoro e é a ausência de som ao mesmo tempo. O que quero dizer, é que a paixão está nas nossas entranhas, como um órgão vivo, pulsante, e essa vivência é exclusiva do apaixonado. Ninguém aprende a se apaixonar sendo ensinado por alguém que já se apaixonou, pq essa experiência é, nesse sentido, "silenciosa". Até...

Malcolm Robinson disse...

lovely rita, where would i be without you?

Malcolm Robinson disse...

enis! lindo texto!contraditoriamente poético!

Malcolm Robinson disse...

lovely rita,
no silence.no words. only love.